Já bebi a minha conta
E a taberna está a fechar
Vinguei-me hoje da afronta
Que o mundo me faz passar
Passam-se os anos na pele
Numa azia sem sentido
E a gente acumula o fel
Do tempo mal diferido
Um copo contra a carestia
Um copo contra a incerteza
E mais um copo à ousadia
De querer vencer a fraqueza
Um café e um bagaço
Um copo contra o sistema
Um copo contra a inflação
Um copo contra a gangrena
Que nos dói o coração
Um café e um bagaço
Só para assentar a bebida
Quero ver tudo bem baço
Só assim acho saída
Agora estou como o aço
Vou começar a plissar
Um soluço e um abraço
E a vontade de cantar
PS. Cumprimentos do Sô Rainho a toda a gente, e votos de um regresso breve. Sem, no entanto, a garantia de devolução dos bens perdidos na batalha.
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