sexta-feira, julho 13, 2007

Da época de exames III

Segundo o curso normal das coisas, uma pessoa, quando passa para o 10º ano, tem escolher a área que deseja seguir, encontrando-se disponíveis as áreas científico-natural, artes, humanidades e economia (pelo menos assim era quando eu por lá passei). A escolha é feita com base talvez no curso que o indivíduo deseja tirar, mas especialmente nos gostos e aptidões desse mesmo indivíduo no que toca às diversas disciplinas leccionadas (regra geral). Então, se a área escolhida for a de humanidades, em princípio o indivíduo não se sente à vontade com disciplinas como geometria descritiva e matemática, por exemplo. Partimos então do princípio que todas nós, ao escolher científico-natural, ou queríamos um curso que exigia específicas dessa área, ou tínhamos mais aptidões ou apreciavamos mais as disciplinas de cariz científico.
Seguidamente, após três anos de estudo (que é como quem diz três anos a coçar aquelas partes), o mesmo indivíduo depara-se com os exames nacionais, nomeadamente das disciplinas específicas requeridas para entrar no curso desejado. Caso seja bem sucedido, o indivíduo entra no tal curso. Suponhamos que esse curso é, aleatoriamente, medicina veterinária. Após entrar, o indivíduo depara-se com uma série de cadeiras absolutamente inúteis, como por exemplo métodos quantitativos e química biológica, entre outras. Porém, apesar de inúteis, essas cadeiras continuam a situar-se no âmbito da área escolhida (vá, digamos que mais ou menos). Após pontapear estas "pedras no caminho", no decorrer da vida académica o indivíduo depara-se com uma nova atrocidade (não, não estou a falar de nutrição...), atrocidade essa que toma pelo nome de "Economia". A cadeira seria então para explicitar ao aluno os valores a ter em conta para a criação e manutenção de uma clínica veterinária, o que até teria lógica. O aluno, acreditando no que lhe é dito, até leva aquilo "mais ou menos na desportiva", até à altura em que decide olhar para a matéria leccionada nas aulas e se apercebe que mais de metade destas se refere à sua querida amiga política agrícola comum, mais conhecida como PAC (também abordada anteriormente noutra cadeira igualmente interessante, de seu nome "ecologia/agricultura geral"). O problema é que desta vez o aluno tem de saber a história completa da PAC, o que inclui tratados, reformas, etc etc etc, ocupando espaço útil de memória com algo absurdo e perdendo tempo importante de estudo para cadeiras realmente importantes (isto tendo em conta o maravilhoso calendário de exames com que todas nós fomos presenteadas).

Passando para a primeira pessoa... Eu escolhi a área de ciências porque:
1) A minha aptidão para desenho e geometria é exactamente igual a zero;
2) Não gosto de história (pelo menos não desta forma);
3) A economia interessa-me muito pouco.

Conclusão: A quantidade de cadeiras que existem simplesmente para "encher chouriços" no nosso belo instituto toma proporções desmedidas e faz de nós umas autênticas marionetas nas mãos do excelentíssimo senhor doutor professor grande chefe (aquele nosso amigo).

Um cumprimento e um muitíssimo obrigada a ele.

1 comentário:

Lette disse...

E assim se começa uma revolução!
Subscrevo na totalidade mas recuso-me a mexer uma palha que seja em prol de tão nobre ideal.
Remar contra a maré cansa mais e ela não deixa de levar a melhor...