A época de exames, em sentido estrito, até que é simpática. Um tipo levanta-se cedo, lava a cara que já não vê a cor do sol faz já alguns dias, veste o primeiro trapo que salta do armário e ruma cheio de confiança até uma designada sala de exame, onde lhe foram reservados cerca de 120 minutos de alta actividade intelectual, tendo assim oportunidade de expor todo o seu conhecimento acumulado ao longo de algumas noitadas a alguém que passou anos a estudar a dita matéria.
Até aqui, parece-me tudo muito bem.
O que de facto chateia, não é a época de exames, mas sim a época entre os ditos. Ora vejamos.
A esta altura do ano, qualquer energumeno não universitário apresenta, com todo o orgulho, o belo braço bronzeado, contrastante com a palidez evidente do restante tecido epitelial, prova irrefutável de muita tardezinha passada em Santa Catarina a ver os saldos ou na esplanada lá da esquina a ver quem passa.
A esta altura do ano, tudo que é jovem e esbelto (ou nem tanto) invade ginásios e esteticistas, acaba com o stock nacional de legumes e produtos light e pilha das lojas da moda os últimos bikinis entre o 32 e o 38 que não fazem lembrar a Carmén Miranda.
A esta altura do ano, a maior preocupação da juventude portuguesa é decidir a que festival de verão ir, como dizer ao respectivo que já não se quer nada com ele porque se conheceu alguém muito culto e interessante na festa da Nova Era ou descobrir como acaba o Harry Potter.
Enquanto isto, os estudantes estão fechados no moquifo mais próximo, atolados de fotocópias, cafés, cigarros e comida plástica, escondendo o nervoso dos exames que se aproximam e tremendo ao pensar naqueles que já fizeram.
Boa vida, boa vida...
segunda-feira, julho 23, 2007
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