Andava eu à procura de um bom motivo para postar neste blog, por mim tão acarinhado, quando me deparo com um pedido de desculpas sobre uns quaisquer afamados mal-entendidos.
Ora, imaginem o meu júbilo quando percebi que a minha dramática e tempestuosa saída do blog começara a surtir efeito. Já havia lido uns comentários pesarosos mas nada com esta magnitude, nada me fizesse bater palmas tão euforicamente e soltar gargalhadas tão sinistras. De facto, meus amigos, voltei só para dizer que a minha saída se deveu a factos meramente práticos e a uma deficiente gestão de tempo. Problemas esses que serão atempadamente resolvidos.
Entretanto, aproveitando o meu regresso, darei uso ao "escárnio afiado" e voltarei a incomodar susceptibilidades e recalcamentos. Temos pena.
Começando pelo que me trouxe de volta a tão verdejantes paragens, tenho a dizer que nada tenho contra os mal entendidos. Muito pelo contrário, rezo dia e noite para que ninguém perceba aquilo que verdadeiramente quero dizer. Viva a retórica, vivam as figuras de estilo, viva a ignorância generalizada no que diz respeito à língua portuguesa (de facto, eu que estudei sempre numa escola pública, admiro-me de saber soletrar o meu nome...). Sou a primeira apoiante de ironia como forma de discurso e defendo até morrer o sarcasmo como modo de encarar a vida. Ora, o que me ofende e irrita, é ser acusada de gozar com isto e tentar meter nojo em relação aquilo, quando de facto até estava a ter uma postura séria por não conseguir ridicularizar tal personagem ou situação. Não há direito! Como um dia escrevi mas não tive coragem de postar (sim, pontualmente sofro ataques de bom senso) não consigo ser palhaça a tempo inteiro. Peço perdão.
Em relação à onda de solidariedade e incómodo que emergiu entre os leitores do blog relativamente ao surgimento de Inimigos Quase Públicos, agradeço a dedicação e o apoio mas informo, com muita insatisfação e desagrado, que de nada nos será útil a vossa efeverscente revolta, pois os nossos queridos inimigos desertaram sem deixar sequer um rasto de contestação. Não há direito! Merecíamos inimigos bem melhores que isto. Declaro abertas as inscrições!
Finalmente, fazendo o rescaldo de tudo o que por aqui se tem dito, decidi adoptar três ideias:
1. sabemos que nunca seremos compreendidos, no entanto, insistimos em fazer-nos compreender (até escrevemos em blogs e tudo...)
2. contando um sonho ou não ele nunca se realiza pelo simples facto de que é um sonho, isto é, produto da imaginação, fantasia, devaneio, utopia, ilusão, etc; em suma, algo imaterial que nunca deixará de o ser.
3. não importa se somos da terrinha ou da grande cidade, nunca estamos bem onde estamos. Há sempre aquele sitío tranquilo onde os passarinhos cantam afinados e os insectos não são irritantes; há sempre aquele cinema sempre disponível onde as pipocas não se colam aos dedos e as crianças não nos suscitam desejos homicídas. O mais incrível ainda é que adoramos mudar de sítio pelo simples facto de estarmos fartos do anterior, mas nada nos incomoda mais que o acto de viajar. Ele há coisas...
Bem, espero ter feito três contribuidores felizes. Há que ser útil!
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1 comentário:
welcome oh concubina
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