sábado, outubro 07, 2006

Sobre os fantasmas

Há coisas que não nos deixam seguir em frente. Há pesos que trazemos sobre os ombros todos os dias, em que pensamos, seja constantemente seja apenas quando pensamos estar à beira do abismo, e que não nos deixam fazer o que queremos. Damos-lhe o nome fofinho de fantasmas, tal qual as criaturas de que costumávamos ter medo em criança. São fracassos, perdas, memórias, marcas, cicatrizes. Às vezes, servem para impedir que nos magoemos... a maior parte das vezes servem para simplesmente desistirmos de tentar.
Conclusão nisto? Nenhuma... Um desabafo por tudo o que eu não fiz e vou continuar a não fazer por causa deles, e a quem eles interessam muito pouco... uma vénia respeitosa.

1 comentário:

lila disse...

os fantasmas já me atormentaram. já me perseguiram, como se tivesse algo algemado a mim e não encontrasse a chave para me soltar. contudo hoje parece-me que os fantasmas somos nós que os criamos e, mais ainda, somos nós que os mantemos agarrados a nós, somos nós que não nos queremos soltar. no fundo, a chave está mesmo à frente do nosso nariz, só que nós não queremos ter o trabalho de a agarrar. já pensei que mais valia manter-me presa a um fantasma do que soltar-me dele e, quase inevitavelmente, voltar a ganhar outro fantasma.
só tem fantasmas quem quer. quem não quer dá-se sempre ao trabalho de agarrar a chave! e pensando bem...tem muito mais piada agarrar a chave!