quarta-feira, setembro 06, 2006

Histórias bonitas Parte II

"Era uma dessas Baratinhas brancas e nojentas, acostumadas só à imundície e ao monturo, comendo calmamente a sua refeição composta de um pedaço de batata podre e um pedaço de tomate podre. Chegou junto dela um Rato transmissor da peste bubónica e disse-lhe:
- Comadre, ontem tive uma aventura extraordinária. Estive num lugar realmente impressionante, como você, comadre, certamente jamais encontrará em toda a sua vida. (...) O lugar era uma coisa que realmente me deixou de boca aberta (...) tão espantoso e diferente de tudo o que tenho visto na minha vida roedora. A Barata continuava a comer. - Imagine você - prosseguiu o Rato - que descobri o lugar por acaso. Ia numa das cavidades subterrâneas por onde passeio sempre, entrando aqui e ali numa casa e noutra, quando, de repente, percebo uma galeria que não conheço. Meto-me nela, um pouco amedontrado por não saber onde vai dar e, de repente, saio numa cozinha inacreditável. O chão limpo que nem espelho! Os espelhos, de um brilho de cegar! As panelas, polidas como você não pode imaginar! O fogão, que nem um brinco! As paredes, sem uma mancha! O tecto, claro e branco como se tivesse sido acabado de pintar! Os armários, tão arrumados e cuidados que estavam até perfumados! Poeira em nenhuma parte, humidade inexistente, nem um palito de fósforo no chão...
E foi aí que a Barata não se conteve. Levou a mão à boca num espasmo e protestou:
- Que mania! Que horror! Vem sempre contar essas histórias exactamente no momento em que a gente está a comer!"

Moral: Para o vírus, a penicilina é uma doença.
Submoral: A Ecologia é muito relativa.

2 comentários:

Sirius disse...

Trubmoral: s não limpar a casa ao menos faço alguém feliz

Carla disse...

A penicilina não cura viroses.
Um rato transmissor da peste bubónica é também vítima da doença, sendo pouco provavél andar em aventuras extraordinárias.
Os ratos e as baratas não falam, não fazem descrições dignas de catálogos imobiliários, nem tão pouco têm laços familiares.
Sendo assim, resolvi intitular o post de "histórias bonitas" e não "guia prático de etologia ecológica" ou "a microbiologia aplicada à sua cozinha".
Micas, obrigada pela rectificação e espero sinceramente que a minha explicação tenha ido ao encontro das tuas expectativas.